Foi entregue no mês de março à Câmara Municipal de Torres Novas, toda a documentação para a legalização da Associação Makers Unit, mais conhecida como FabLab Torres Novas, informou o promotor do projeto, Fernando Abreu, à Ribatejo Invest.
De acordo com o empreendedor, "esta é uma importante conquista para a nossa comunidade, que trabalha diariamente para promover a cultura maker, a inovação e o empreendedorismo na região. Agradecemos a todos que contribuíram para esse processo e estamos animados com as possibilidades que se abrem para o futuro da FabLab Torres Novas. Juntos, continuaremos a fazer a diferença!"
A Associação Makers Unit Club tem prevista a inauguração das suas instalações em Parceiros de Igreja, Torres Novas com vários espaços físicos, distintos e complementares: Laboratório de Fabricação (FabLab), Academia Tecnológica e Lounge.
Quanto ao Laboratório de Fabricação, trata-se de uma "solução de vanguarda", onde se partilham "ferramentas tecnológicas, processos, conhecimento, documentação e colaboração com outras FabLabs nacionais e internacionais". "Este mindset reúne um conjunto multidisciplinar de autores com interesses comuns, experiências profissionais variadas e de diversas áreas técnicas e culturais em torno de uma série de atividades, programação, maquinação, internet of things, robótica, eletrónica, fabricação digital, mecânica e outras, para a execução de diversos projetos", que participam no "desenvolvimento de soluções e produtos baseados no conceito de Open Design com o apoio de parceiros locais e outros, contribuindo para a digitalização, modernização e crescimento da região". Trata-se, desta forma, de "um polo com características multiusos, beneficiando de um ecossistema favorável ao desenvolvimento de projetos em ambiente colaborativo, prototipagem rápida de ideias, aberto à comunidade e à confraternização, num ambiente descontraído e moderno, onde se aprende fazendo, identificando-se, desta forma, como o movimento "Maker", marcado pela ideologia do "faça você mesmo"".
De acordo com Fernando Abreu, o espaço prevê ainda a criação de uma Academia, onde a FabLab irá promover "cursos de iniciação aos sistemas de informação, computadores, internet, software e sua utilização no mundo digital assente num processo de aprendizagem não formal. Apostamos também numa oferta formativa altamente especializada nas tecnologias mais requisitadas pela indústria 4.0. Incluímos na nossa formação as metodologias Agile para o planeamento e formação dos formandos, as mesmas metodologias usadas nas grandes empresas tecnológicas". Nesta Academia, referiu ainda pretende-se incutir desde o início "um espírito de autonomia na aprendizagem e fomentamos a entreajuda para que os objetivos sejam atingidos de forma plena. O nosso objetivo é garantir altos níveis de empregabilidade aos nossos formandos em linha com a filosofia do polo tecnológico, o modelo de aprendizagem assenta no modelo de aprender fazendo. Contamos com a participação de profissionais de diferentes áreas de especialização (cyber security, user experience, gestão de produto, etc.) de empresas internacionais e docentes/ex-docentes do ensino superior".
"Planeamos formar, certificar e ajudar no processo de empregabilidade dos formandos até 100 alunos anualmente", disse, acrescentando que "por outro lado, a capacidade de desenvolvimento cognitivo através da utilização das máquinas pode ser um importante aliado no ensino em particular de jovens e crianças. Como os laboratórios possuem uma grande componente prática, as criações de produtos ajudam a compreender conceitos complexos, requerendo uma materialidade muito forte para aprender. Não é um conceito de produção que está presente nas FabLabs, mas o construir de algo durante o processo de aprendizagem, que depois cada aluno levará consigo fruto dessa formação. Muda-se a visão, porque amanhã, em vez de dar um brinquedo de presente ao filho, podemos oferecer-lhe uma máquina que os faz".
"Acreditamos que as pessoas querem fazer as suas próprias coisas, deixando simplesmente de ser só consumidores potenciais e passando a construir só o que necessitam. A nova dimensão tecnológica fez-nos pensar como nos organizamos como sociedade. A economia colaborativa e aberta, o trabalho partilhado é fundamental para isso. O fabrico digital torna as pessoas mais autónomas e isso muda a perceção do seu papel na sociedade. Estamos no início do que será o fabrico digital, como catalisador do funcionamento do mundo nos próximos anos. Os computadores mudaram as nossas vidas, a internet também, e agora é a vez do fabrico digital. A FabLab é o embrião do que será o mundo digital nos próximos 50 anos", alertou.
Mais informações estão disponíveis através do email info@makersunit.com ou do portal da iniciativa em https://makersunit.com/.
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Objetivos de um FabLab
- Criar um espaço onde estudantes, empresas e a comunidade possam partilhar conhecimentos e colocar em prática os seus projetos e ideias;
- Facilitar o acesso a ferramentas de fabricação convencional e digital aos seus utilizadores;
- Integrar os conceitos da indústria 4.0 ao FabLab com o intuito de fornecer um espaço de formação para os profissionais da indústria do futuro;
- Viabilizar a criação de soluções e produtos baseados no conceito de open design, onde empresas e a comunidade possam trabalhar em parceria.