Fundada com o propósito claro de proteger pessoas e infraestruturas através da inovação, a Optimal Defence desenvolve tecnologia de última geração nas áreas da robótica, sistemas autónomos e sensores avançados. "A nossa missão é proteger através da inovação nacional; a nossa visão passa por liderar o setor da defesa em Portugal e afirmar-nos como referência internacional", sublinha Filipe Duarte.
O seu mercado inclui instituições altamente exigentes como as Forças Armadas, a Agência Europeia de Defesa (EDA), a NATO e outras entidades governamentais, num compromisso com a soberania tecnológica nacional e europeia.
Com mais de 25 projetos desenvolvidos, um dos momentos-chave na história da empresa foi o período da pandemia. "Foi uma fase de reflexão e realinhamento estratégico. Tivemos de acelerar o desenvolvimento interno e apostar em tecnologias autónomas e de dupla utilização", refere Filipe Duarte.
Até então, a Optimal Defence concentrava a sua atividade no setor naval, com soluções desenvolvidas para mercados exigentes como a Noruega e a Arábia Saudita. "Foram projetos centrados na vigilância marítima, defesa costeira e transporte de passageiros". A pandemia levou a empresa a diversificar e a fortalecer as suas valências em software para aplicações governamentais.
A recente acreditação de segurança ao nível NATO SECRET representa um marco estratégico para a empresa. Com esta certificação, a Optimal Defence passou a integrar o NIAG - NATO Industrial Advisory Group - e participa ativamente em estudos relacionados com a arquitetura de sistemas C-RAM (Counter-Rocket, Artillery, and Mortar), a interoperabilidade de munições e embarcações autónomas de combate. "Esta acreditação reforça a nossa posição e abre portas a uma rede internacional de cooperação industrial", destaca Filipe Duarte.
A empresa foi devidamente licenciada para produzir produtos listados na Lista Militar Comum, instrumento essencial que regula a produção e comercialização de bens e tecnologias militares. "Este licenciamento permitiu-nos lançar 28 novos projetos em parceria com entidades nacionais e internacionais", afirma. Entre os produtos abrangidos estão sensores, veículos autónomos, equipamentos de comunicação e componentes críticos.
Este avanço insere-se na missão da empresa de contribuir para a reindustrialização do setor da defesa em Portugal, valorizando competências locais e garantindo autonomia tecnológica.
Atualmente, a Optimal Defence tem em curso um serviço para a EDA na área da guerra química e prepara-se para desenvolver software de fusão de dados para carros de combate.
No âmbito da NATO, está envolvida num projeto de descontaminação de agentes químicos e num estudo sobre interoperabilidade e munições. Adicionalmente, irão iniciar dois novos estudos estratégicos: um sobre o desenvolvimento de um veículo de superfície não tripulado multifunções e outro para a criação de uma munição comum NATO.
A empresa continua a apostar fortemente no desenvolvimento de software e sensores. Destaque para o projeto Seaborne, já em curso, e outro em fase de submissão, ambos no domínio do controlo autónomo de embarcações. "Estamos a alcançar um grau de maturidade tecnológica que nos permite integrar os nossos sistemas em navios operacionais", garante o responsável.
A produção de bens e equipamentos militares decorre em várias localizações: Elvas, Castelo Branco, Leiria e Marinha Grande. "Vão desde as máquinas necessárias ao desenvolvimento dos produtos até aos próprios produtos militares", explica Filipe Duarte.
A estratégia de descentralização baseia-se na aposta em regiões com empresas resilientes, capacidade industrial e apoio institucional. "O envolvimento dos municípios tem sido determinante para garantir emprego qualificado e retenção de talento."
"E Santarém?", questionou a Revista Ribatejo Invest. Com sede na Startup Santarém, Filipe Duarte admite que a cidade ainda não reúne condições infraestruturais para acolher produção em larga escala: "Não existem zonas industriais compatíveis com os requisitos técnicos e de segurança da indústria de defesa. É uma limitação relevante para projetos de elevado valor acrescentado."
Ainda assim, reconhece o valor simbólico de estar instalado na antiga Escola Prática de Cavalaria. "É inspirador desenvolver tecnologia de soberania num espaço histórico, onde se tomaram decisões que mudaram o país. Esse espírito de coragem e visão continua a nortear a nossa ação."
Desafios e futuro
O setor da defesa em Portugal enfrenta desafios estruturais. "Faltam entidades com competências técnicas e operacionais para acompanhar as empresas do setor. A indústria da defesa continua fora do sistema nacional de incentivos, o que limita gravemente o investimento e a internacionalização." Filipe Duarte reconhece, no entanto, o apoio constante do IAPMEI, que tem sido parceiro ativo da empresa desde a sua fundação.
Para os próximos anos, a empresa ambiciona consolidar a produção nacional de sistemas de defesa autónomos e reforçar a presença internacional, com destaque para os programas da NATO e da União Europeia.
"O nosso objetivo é afirmar Portugal como um verdadeiro polo tecnológico de referência na área da soberania e da segurança. E temos as competências, o talento e a visão para o fazer", concluiu Filipe Duarte.
Optimal Defence
Startup Santarém | www.optimaldefence.com