Revista RIBATEJO INVEST

Domingos Chambel

eleito presidente da Diração da NERSANT

Editorial por

Domingos Chambel


Presidente da Direção da NERSANT

Neste primeiro editorial, na qualidade de Presidente da NERSANT, quero expressar o meu reconhecimento ao valioso trabalho de todos os Presidentes que me antecederam, Direções, Núcleos e aos órgãos sociais, Assembleia Geral, Conselho Fiscal, Conselho Geral e, sobretudo, à incansável e exemplar equipa de profissionais que pugnam no dia a dia para ajudar o mundo empresarial, elevando e dignificando a imagem da NERSANT. Consequência da pandemia Covid 19, a economia mundial, nacional, regional e local encontra-se hoje em grave crise e difícil situação. Conscientes dessa dimensão, ainda sem contornos à vista, instituições governamentais, intercomunitárias e internacionais reorganizam os seus orçamentos, libertando biliões de euros para apoio às famílias, manutenção da atividade das empresas ou a sua transmutação do seu core business no sentido de economias verdes, circulares ou digitais.

Das cinco grandes crises mundiais, porque é importante aprender com os erros do passado, é pertinente fazer a analogia entre a Grande Depressão de 1929 e a presente crise da Covid 19 em 2020. No final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, a Europa estava reduzida a cinzas, sem recursos financeiros ou tecnológicos que garantissem a sua sobrevivência. Os E.U.A viram aqui duas grandes oportunidades, uma política, aumentando a sua influência no velho continente, outra económica, emprestando elevadas ajudas financeiras à Europa, que, por sua vez, comprava com esses recursos a produção de tudo o que não tinha e precisava aos E.U.A, passando estes a orientar a sua produção em massa para a Europa. Passados 8 anos, a Europa cresceu, desenvolveu-se e atingiu quase a sua autossuficiência nos seus vários setores. Os E.U.A, sem estratégia de recurso, viram o desemprego subir para 25%, a sua produção reduzir 50% e a quinta-feira negra marcou o crash da bolsa.

É aconselhável, se não mesmo vital, para a nossa futura sustentabilidade, que os milhões que já entraram em Portugal, somando aos que hão de vir, quer na forma de empréstimo, quer em subvenções, sejam aplicados prioritariamente no diversificado setor produtivo transacionável e na abolição de todas as condicionantes que não o deixam exponenciar, pois, com o devido respeito pela importantíssima indústria do turismo, (como os E.U.A, em 1929), não devemos ficar reféns apenas de um setor.

Com mais ou menos hegemonia da qualidade dos solos ou da arte do bem fazer, a nossa região tem primado pela diversidade da atividade económica, fator que nos tem mantido afastados das grandes crises setoriais, contudo, face aos baixos índices de natalidade e ao aumento da desertificação do interior, é necessário oferecer fatores diferenciadores que estanquem esta situação e invertam estes fluxos cada vez mais acentuados. 

Nesse sentido, é necessário termos consciência da nossa dimensão. Só unidos a uma só voz, respeitando a diversidade de opiniões, teremos a força suficiente junto dos órgãos de decisão, permitindo-nos, assim, defender e desenvolver um projeto a longo prazo caracterizado por esses fatores, os quais, na nossa opinião, ímpares para o garante da sustentabilidade económica e social que tanto a região carece. Consciente destas necessidades e da existência de eixos de interceção entre o desenvolvimento empresarial, económico e territorial, a NERSANT já iniciou esse trabalho.